DOENÇAS EMOCIONAIS E IMPACTOS NA PELE

Nos dias de hoje e cada vez mais em nossa sociedade, os padrões estéticos podem ser considerados limitantes e exigentes. Os conceitos de beleza impostos causam desconforto em muitas pessoas, ainda mais em quem possui uma doença de pele. O impacto emocional, físico e social em quem apresenta dermatoses pode afetar a qualidade de vida e autoestima dos seus portadores.

As psicodermatoses são doenças onde a manifestação de problemas emocionais se dá através da pele, que apesar de ser um órgão externo, pode manifestar questões profundas e desequilíbrios. Condições psicológicas como estresse podem ser fator desencadeador das condições dermatológicas, de forma que o impacto emocional das psicodermatoses ainda influenciem nos tratamentos.

Os portadores de tais doenças certamente já experimentaram o sentimento de ser fisicamente não atraente. A reação de alguém quando percebe alguma doença na pele do outro pode ser negativa, durante qualquer contato. Mesmo no dia mais frio onde nosso corpo fica mais coberto, alguma parte da pele fica visível.

Por isso, os relacionamentos podem ser frustrantes e muitas vezes o que mais incomoda os pacientes é o olhar do outro frente à doença.

É preciso combater o estigma das doenças de pele, olhando o outro sem preconceito. Por parte dos portadores, é necessário buscar ajuda médica. Um bom exame dermatológico de diagnóstico, experiência do dermatologista, além de tratamentos multidisciplinares e promotores de qualidade de vida, podem ajudar na solução desses problemas.

Psoríase

A doença caracterizada por por lesões avermelhadas e escamas secas e esbranquiçadas, que podem se manifestar em formato de gota ou de moedas, afeta principalmente as emoções de portadores estressados, tensos ou perfeccionistas. Mulheres também são mais afetadas pelas psicodermatoses, porque geralmente se preocupam mais com estética do que os homens.

Vitiligo

A doença da pele que diminui a produção de melanina, gerando alterações na cor do paciente, também influencia a saúde mental, mesmo surgindo a partir da predisposição genética. A condição emocional pode ainda agravar a doença. Geralmente, quanto maior a área afetada pela perda do pigmento, maiores os reflexos psicológicos que a doença pode causar. O vitiligo não é contagioso e nem apresenta risco de vida ao seu portador, porém geralmente é muito evidente na pele, aumentando a exposição do paciente a situações que possam aumentar o estresse.

Alopecia areata

A alopecia areata é uma doença que se caracteriza pela perda de cabelo ou de pelos, formando pequenas ou grandes regiões epiladas. A extensão da perda de cabelo varia, podendo acometer somente alguns pontos ou uma região bem maior. Há casos raros em que o paciente pode perder todo o cabelo da cabeça (trata-se da alopecia areata total) ou os pelos de todo o corpo (alopecia areata universal). A alopecia areata tem causa autoimune em indivíduos geneticamente predispostos, e questiona-se muito o papel do estresse emocional como um gatilho para o início do quadro ou surgimento de novas áreas. Por acometer cerca de 70% dos pacientes ainda antes dos 25 anos, a condição abala psicossocialmente e influencia os relacionamentos.

Além dos problemas de exposição social, os tratamentos podem demorar a ser resolutivos, principalmente porque agem em conjunto com outras práticas. Muitas vezes é necessária uma ação conjunta entre cuidados dermatológicos e psicossociais, e medidas que busquem acolher o paciente e restaurar seu equilíbrio emocional.

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