Melasma: tratar com peeling, cremes ou laser?

Melasma consiste no surgimento de manchas escuras na pele, geralmente no rosto – regiões da testa, bochechas, acima dos lábios, nariz, queixo e maçãs do rosto -, mas que também podem ser encontradas em outras partes do corpo, como colo, braços e costas, já que se desenvolvem em áreas que ficam expostas ao sol.

É uma condição comum em mulheres jovens (embora também possa acometer homens), e ocorre com frequência durante a gravidez. Apesar de não trazer nenhum prejuízo à saúde física do paciente, o melasma pode provocar grande impacto emocional, com diminuição cientificamente comprovada da qualidade de vida.

As causas do melasma não são muito bem determinadas, mas supostamente ele decorre da exposição solar em indivíduos geneticamente predispostos, havendo uma provável influência de hormônios sexuais. Ou seja, a chance de seu surgimento é maior com o uso de anticoncepcionais hormonais ou durante a gravidez, no entanto há mulheres que nunca estiveram grávidas ou tomaram pílula e ainda assim sofrem com a condição. Aparentemente são necessários apenas dois fatores para desenvolver as manchas: sol e tendência.

A principal forma de prevenção contra a condição é fazer uma proteção solar adequada e, não por acaso, essa é a principal estratégia do tratamento também. Nenhum laser, peeling ou creme, por mais sofisticado que seja, conseguirá clarear as manchas se houver descuido no momento de exposição ao sol.

Tratar o melasma é um grande desafio porque ele costuma ser recorrente e, além disso, a escolha incorreta do tratamento pode piorar o quadro. Portanto é imprescindível consultar um médico dermatologista que saberá avaliar o caso, distinguir o melasma de outros tipos de manchas e indicar a opção mais eficaz e segura. Abaixo, os principais recursos à nossa disposição. 

Cremes clareadores: Promovem um resultado gradual, sendo os primeiros sinais visíveis dentro de 2 a 3 meses de utilização contínua. Os produtos mais frequentemente indicados são à base de Ácido Glicólico, Ácido Retinóico, Ácido Azelaico, Arbutin e Hidroquinona. Os antioxidantes, como a Vitamina C, também são ótimos adjuvantes por impedirem a síntese de melanina, funcionando indiretamente como clareadores. Numa boa relação médico-paciente, o tratamento será otimizado até que seja encontrada a forma mais eficaz e bem tolerada de cuidar das manchas, respeitando fatores como a sensibilidade da pele, rotina de exposição solar, a “paciência” para usar produtos tópicos e inclusive a condição financeira. O bom tratamento não é apenas eficaz: é também aquele que o paciente gosta, encaixa no seu dia-a-dia e consegue manter.

Peelings ou Laser: Podem ser indicados pontualmente, em casos refratários ao tratamento domiciliar. São recursos interessantes mas que devem ser indicados com muita parcimônia, pois seu uso indevido pode acarretar a piora das manchas. Também é importante que o paciente tenha sido corretamente orientado quanto à natureza do melasma e entenda que infelizmente ainda não temos cura definitiva para a condição. Um laser não evita que a próxima viagem à Bahia, por exemplo, escureça as manchas, e o paciente precisa saber disso. Neste ponto específico, há de se tomar muito cuidado com clínicas de estética de forte apelo comercial, cujo maior objetivo é vender tratamentos por meta ou “pacote”, não levando em consideração a pele, rotina ou expectativas de cada paciente. 

Protetores solares: Como dito no início, se tivermos que adotar um único item no nosso arsenal contra melasma, este deve ser o protetor solar. E qualquer outra estratégia escolhida só será eficaz se acompanhada de seu uso. O uso de filtros não só ajuda na fase de ataque como ajuda a manter os benefícios obtidos com o conjunto de tratamentos prescritos.

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